quarta-feira, 25 de maio de 2011

Na casa dos meus tios

Eu me dava bem com meus três primos, mas muitas vezes me sentia só. Os mais velhos estavam namorando, o mais novo muito novo. Era difícil fazermos programas juntos. Clara era a do meio, 19 anos. Sempre me tratou bem e me deixou à vontade, mas ao mesmo tempo fazia questão de manter uma certa distância. Namorava fixo já fazia dois anos e parecia destinada ao casamento precoce. Jovem e bonita, opções não lhe faltariam, mas apegou-se a esse cara que para mim não merecia um centímetro dela sequer. Achava-o muito presunçoso, mas no fundo o invejava. Devia ser muito bom trepar com a Clara. Ela tinha um corpo belíssimo e com curvas bem delineadas. Quando se produzia ficava irresistível. Eu ficava só de olho nas suas meias finas, seus saltos altos e imaginando o que mais poderia haver debaixo da saia ou do vestido. Provavelmente uma cinta liga, calcinha de renda, fio dental, um corpete quem sabe. Sim, a imaginação voava.

Algumas calcinhas eu já tinha visto no varal. Um dia roubei uma, branca, pequenina, deliciosa. Mas não podia usá-la, pois dividia o quarto com meu primo mais novo. Às vezes antes ou depois do banho eu a colocava e ficava alguns minutos me admirando no espelho. Ficava bem em mim, ressaltava minha bundinha redonda e lisa. Uma dia fui trabalhar com ela e me achei o máximo. Mas me batia uma vontade quase incontrolável de me exibir, queria que pudessem me ver assim vestido. Loucura...

Enfim um dia fiquei só na casa. Tinha algumas horas pela frente e já sabia muito bem o que iria fazer. Entrei no quarto da Clara pela primeira vez. Fui direto ao guarda roupa. Grande, cheio. Muita roupa que ela já nem usava. Sapatos por toda parte. Cintos pendurados. Faltava organização. Abri as gavetas, uma por uma, e então já não sabia por onde começar. Muitas calcinhas, meias, sutiãs, todo tipo de lingerie. Calcinha de todos os tipos. Seria difícil escolher e provar. Não tinha muito tempo. Decidi investir no vermelho. Mesmo sozinho, queria algo que chamasse a atenção. Logo encontrei a meia 7/8 e a cinta liga. Optei por uma calcinha asa delta rosa e em renda, muito charmosa. Comecei a vestir esse conjunto e já me sentia excitado. Encontrei também um sutiã de bojo. Percebi que precisava depilar em algumas parte do corpo, mas no geral fiquei bem gostosinha. Fui atrás de um vestidinho. Aí foi mais dificil. Muita opção e nesse ramo não tinha muita experiência. Na verdade gosto mais de mini saia, mas parece que minha prima nem tanto. Encontrei por fim um vestidinho amarelo claro, que contrastava bem com as meias. Passei um batom vermelho, fiz o contorno dos olhos e pronto. Faltou apenas a peruca, que ela não tinha, e os sapatos que não me serviam. Olhei-me no espelho e fiquei bastante satisfeita. Percebi que a Leyla estava em pleno despertar, quase que implorando por um lugar ao sol, que felizmente não tardaria a chegar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mudanças

Nunca gostei muito do interior. Cidade pequena, pacata. Todo se mundo se conhece, todo mundo comenta. Meu desejo era ir para uma cidade grande, mas não era assim tão fácil. Meus pais não poderiam me sustentar. Arrumar emprego sem um background nem pensar. Havia algo dentro de mim que me impelia para o anonimato, viver entre as massas, passando despercebido.
Minha salvação foi meu tio. Morava numa cidade grande, já bem de vida. Me arrumou um emprego num banco de lá. Mais que isso, conseguiu convencer meus pais que era melhor para mim, para meu futuro etc. Oportunidade imperdível. E ainda se propõs a ajudar nos custos iniciais, o que incluía eu morar com a família dele. Meus pais se resignaram, não tinham muito o que oferecer em troca.
Assim a ansiedade tomou conta de mim. Contava os dias para a minha liberdade. Não queria pensar nas dificuldades que poderia ter. Só queria saber de ter minha própria vida. Claro que isso ainda levaria algum tempo, principalmente morando com meu tio. Mas só o fato de ir para uma cidade grande me deixava eletrizado.
E assim foi. Depois que me mudei levei um tempo para me adaptar. Não me sentia muito à vontade com meus primos que eu mal conhecia. Mas não posso negar que era muito bem tratado. O emprego era monótono, mas enquanto havia novidade estava bom. Depois me livrar da vida do interior agora queria a independência total, ter minha própria casa, minha privacidade, meu próprio ritmo.
Desde cedo sentia uma atração muito forte por roupas femininas. Elas têm um charme, um mistério, uma riqueza que as roupas masculinas nem sonham ter. Lingerie, rendas, meias, sutiãs, calcinhas fio dental, tudo me fascinava. Nas poucas oportunidades de ficar sozinho em casa, ainda lá no interior, vasculhava a gaveta da minha irmã, 3 anos mais velha, que na verdade tinha um gosto duvidoso. Mesmo assim, me deliciava com suas meias, calcinhas (sem renda nem fio dental) e mini saias. Sentia algo diferente e nem sei explicar o que. Me olhava no espelho, erguia a saia para ver minha bundinha redondinha, minhas coxas lisas.
Na casa do meus tios, não era diferente, mas era ainda mais dificil ficar sozinha, o que me deixava muito angustiada, pois minha prima tinha muito bom gosto. E um guarda roupa de dar inveja: cinta liga, meia 7/8, calcinha rendada... Uma vez fiquei sozinha em casa e não perdi tempo.