segunda-feira, 13 de junho de 2011

Mais mudanças

Depois de 7 meses finalmente o grande dia chegou. Ia ter minha própria casa, só pra mim! Com a ajuda dos meus tios é claro, mas tudo era só uma questão de tempo. Mais alguns meses e eu estaria em condições de me sustentar totalmente. Mas enfim, o bom mesmo era ter meu próprio espaço. Poder usar minhas roupinhas femininas, lingerie, camisolinhas, hmmmm.

Mudei-me para um prédio no centro da cidade, não muito longe do banco. Por fora ele estava meio acabado, mas por dentro bem ajeitadinho. Um só quarto, espaço mais que suficiente para uma só pessoa. Prédio de 8 andares, 4 apartamentos por andar. O melhor de tudo: no último andar. Uma vista razoável, mas ninguém sobre a minha cabeça para me importunar.

Levou 3 ou 4 semanas para ter quase tudo funcionando. Instalações, móveis e a decoração também, por que não? No primeiro sábado depois que me mudei, saí para comprar algumas coisas, pequenos apetrechos de cozinha e banheiro. E então, claro, aproveitei para fazer uma boa compra de roupinhas íntimas. Já conhecia bem as lojas. Até aquele momento minha coleção contava com 4 calcinhas. Duas que roubei da minha prima (antes de me mudar, peguei mais uma de lembrança) e duas que comprei. 3 eram fio dental, uma era tipo caleçon, que adoro, pois realça bem a bundinha.

Na minha primeira compra depois da mundança, resolvi que começaria a montar um belo guarda roupa, que não se faz só de calcinhas. Nas lojas Americanas comprei 3 blusinhas, pequenas o suficiente para não cobrir meu traseiro. Depois fui até a Marisa. A essa altura já me sentia mais à vontade, sem aquela impressão de estar sendo observado por todos. No caixa, procurava mostrar naturalidade e sempre pedia para embrulhar para presente. Quando comprei a primeira calcinha algumas semanas antes foi bem diferente. Enquanto estava na fila imaginava que algum conhecido pudesse aparecer, alguém do banco quem sabe. O que eu iria dizer? Com alívio cheguei no caixa, mas aí nem sabia o que fazer com a calcinha, pois tive vontade de escondê-la. Áquela altura era tarde demais:
- R$9,80, disse a moça do caixa. Eu, vermelho de vergonha, pedi: - Embrulha para presente?
- O quê? - disse ela - não entendi.
Eu olhava para os lados, mais vermelho que nunca: - Embrulha.
- Não vai levar o conjunto?
- Que conjunto?
- O sutiã - disse ela - vai dar só a calcinha de presente?
Eu estava quase desistindo, parecia que realmente a loja toda olhava para mim. Tomei coragem e falei num só fôlego: - Não, é só isso mesmo. Embrulha logo, por favor, preciso voltar para o trabalho.

Na vez seguinte, comprei também algumas peças masculinas para disfarçar. Desta vez, no entanto, talvez motivado pela mudança de casa, senti-me bem à vontade, estava me acostumando. Na Marisa comprei uma calcinha fio dental vermelha, rendada, e outra tipo caleçon, também rendada, verde. De quebra levei também duas camisolinhas acetinadas: uma preta e uma rosa. Por fim, passei numa loja de meias e comprei um par de meias 7/8 vermelhas e uma cinta liga também vermelha. Faltava agora uma mini saia, que eu adoro. Sempre quis ter uma. Isso já deu um pouco mais de trabalho, mas enfim encontrei uma bastante simples e barata numa galeria. Branca, com preguinhas e alguns babados. Comprei também um vestidinho preto colado na cintura e que deixaria boa parte da minhas pernas à mostra. Como não podia experimentar, torcia para que tudo me coubesse bem. No final, a camisolinha rosa ficou um pouco apertada nos ombros.

Gastei ali minhas economias. Passaria apertado até o fim do mês, mas estava felicíssima. Quando cheguei em casa, estava ansiosa. Tirei toda minha roupa e comecei a me montar. Primeiro a calcinha vermelha. Caiu muito bem, desenho perfeito. Depois a cinta liga e as meias. Que trabalho! Como sofrem as mulheres. Tive muita dificuldade para enganchar tudo. Até ali ia tudo muito bem. Olhei-me no espelho (precisava comprar um mais comprido) e percebi que estava ficando bem gostosinha. Por fim vesti o vestidinho preto. Uau! Ele mal cobria a renda das meias. Fiquei uma gata. Por um tempo fiquei me olhando no espelho. Que tesão que me dava ver-me vestida assim, sentir a macies da lingerie. Faltava agora uma peruca, sapatos e maquiagem. Dar tempo ao tempo.

Não resisti. Comecei a me masturbar, imaginando-me na rua sendo paquerada e cantada pelos homens! Deitei-me no sofá, levantei o vestido e acelerei a velocidade das minhas mãos, até que gozei, deixando a porra se espalhar pela minha barriga e umbigo. Sentia-me realizada. Peguei no sono, ainda imaginando os homens me assediando. Cochilei por uma hora. Quando acordei já estava escurecendo. Passei as mãos pelas pernas sentindo a maciez das meias e depois pela minha bundinha redondinha e lisinha. Desejei muito ser vista assim. Agora que tinha meu próprio espaço, achei que isso não tardaria a acontecer.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

No banco

O trabalho no banco não era nada desafiador. Um pouco rotineiro, cansativo, previsível. Mas afinal era o grande meio para minha independência. Boa oportunidade também para conhecer novas pessoas, se bem que sou um pouco devagar nisso. Levo tempo para me afeiçoar. Meus colegas eram de fácil convivência, embora às vezes me cansasse das piadinhas e brincadeiras repetitivas e sem graça. Convivência enfim! Quanto aos meus superiores, não tenho muito o que reclamar. Também não esperava muita coisa deles.

Meus colegas mais próximos eram Cássio e Luciene. Ele mais velho, ela um tanto inexperiente. Com ele aprendia o ofício, com ela dava boas risadas. Havia outros colegas com quem me simpatizava. Às vezes ia com eles tomar algumas cervejas depois do expediente na sexta. Um hábito que estava começando a adquirir. Não podia me exceder, pois tinha pouca experiência e poderia fazer alguma coisa errada. Não queria virar motivo de piada no trabalho! Depois de alguns copos já queria me soltar e era aí que me dava uma vontade danada de me montar. Passei a ir todas as sextas usando calcinha. Primeiro com a que roubei da minha prima, depois com as que fui comprando. Quando ia no banheiro do boteco, dava vontade de baixar minha calça e mostrar minha bundinha redondinha, lisinha. Mas nunca bebi o suficiente para isso.

Apesar de gostar de ser uma crossdresser, até ali eu continuava heterossexual. Mas eu tinha tido pouca experiência com mulher, ou melhor, sexo em geral. O pessoal do banco, pelo menos no discurso, era mais experiente e eles gostavam de me provocar:
- E aí, rola alguma coisa com a Luciene?
- É só amizade - era o que eu sempre dizia.
- Ah não - algum deles retrucava - tem mais coisa aí. Ela tá dando moleza hein! Se você não pegar, eu pego.- Aí a zoação era geral.
- Quem disse que ela vai sair com um tapado como você? - E ia por aí afora. Conversa de bancário. Pelo menos o foco já não era mais eu. E o que diriam eles se soubessem que eu usava calcinha? Ali naquele exato momento?

Comecei a criar o hábito de passar pelas lojas de lingerie no centro da cidade, perto do banco, sempre que podia. Entrava e ficava só olhando. Ficava sem jeito no início, como se todos estivessem olhando para mim e se perguntando o que eu fazia ali. Depois fui percebendo que eu não chamava tanta atenção assim. Pelo menos enquanto não estava comprando. As lojas de departamento eram as melhores: Marisa, Americanas, C&A, Renner etc. Ali eu podia passear à vontade sem ser perturbado. Imaginava que um dia, quando pudesse, iria comprar minhas pecinhas e eu não tinha a menor intenção de ser atendido por uma balconista! Assim passava o tempo, às vezes parte do meu almoço, me deliciando com toda aquela lingerie, me imaginando vestindo tantas daquelas peças sensuais e me sentindo, claro, sexy. Não via a hora de ter minha liberdade. Quando chegaria?

Depois do almoço voltava para o meu trabalho enfadonho. Ainda bem que ao menos a vida lá fora era mais agitada. Lembrava então da minha vidinha no interior e já me sentia mais animado. Era um trabalho muito repetitivo e, como já disse, minhas companhias não tornavam as coisas muito melhores. Gostava da Luciene, mas não era suficiente. Corria o risco de enjoar da sua companhia, pois já começava a sentir falta de diversidade. E depois ainda tinha que voltar para a casa dos meus parentes, ou seja, não era exatamente minha casa. Não podia me sentir à vontade. Essa situação precisava mudar. Ou melhor, eu precisava me mudar com urgência.